O ano de 2020 teve, entre diversos desafios para população, um em particular que dificultou e muito a vida e o orçamento das famílias brasileiras: a alta no preço dos alimentos nos mercados e feiras livres. Este, no entanto, é um problema que deve se manter no início de 2021. É o que afirma André Braz, economista do Instituto Brasileiro de Economia (IBRE) da Fundação Getúlio Vargas (FGV).
Segundo Braz, alimentos que chamam atenção neste momento são o arroz, o feijão, a carne e o óleo. O economista explica que o primeiro trimestre de cada ano é muito afetado pelos alimentos in natura, os produtos de feiras livres, como hortaliças, frutas e legumes, que sofrem influências de safra e, principalmente, clima. "O clima não ajuda muito na oferta desses alimentos. O sol forte, as chuvas também muito mais fortes no verão, diminuem muito a oferta de alimentos in natura e os preços disparam", comenta Braz.
Os alimentos citados pelo economista do IBRE/FGV fazem parte do grupo de alguns dos produtos que mais encareceram ao longo de 2020. Segundo o último Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em dezembro, referente ao mês de novembro, as carnes, por exemplo, tiveram alta de 6%.
"O grupo de alimentos e bebidas continua impactando bastante o resultado. Dentro desse grupo, os componentes que mais têm pressionado são as carnes, que em novembro tiveram uma alta de mais de 6%, a batata-inglesa, que subiu quase 30%, e o tomate, com alta de 18,45%”, explica Pedro Kislanov, gerente da pesquisa.