A pandemia do novo coronavírus afetou de forma especial as mulheres no Rio Grande do Sul. A redução acentuada na participação na força de trabalho, somada à queda nos rendimentos na comparação com os homens, à maior exposição às situações de violência e dificuldade de acesso aos canais para denúncias e buscas por ajuda são alguns dos pontos em destaque do estudo "Igualdade de gênero: observações iniciais sobre os efeitos da pandemia", divulgado nesta terça-feira (30/3) pela Secretaria de Planejamento, Governança e Gestão (SPGG).
O documento sobre igualdade de gênero é produzido desde 2019 e foi elaborado pelas pesquisadoras Mariana Lisboa Pessoa e Daiane Menezes, do Departamento de Economia e Estatística (DEE/SPGG). O estudo mostra a evolução dos indicadores do Rio Grande do Sul na busca pelo cumprimento de um dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Organização das Nações Unidas (ONU), que trata da promoção da igualdade de gênero como forma de reduzir as desigualdades sociais.
"O ano de 2020 foi atípico e a produção de dados para entender os impactos da pandemia na vida da população é fundamental. Ter este diagnóstico em mãos é essencial para que o governo possa aprimorar as políticas públicas e combater a desigualdade de gênero", destacou o titular da SPGG, Claudio Gastal.
Questões referentes a violência de gênero, inserção da população feminina no mercado de trabalho, diferenças salariais, acesso a políticas públicas, participação em cargos de chefia e eletivos e saúde sexual e reprodutiva das mulheres estão entre os aspectos analisados.
"A análise dos principais indicadores demonstrou, de maneira geral, que as mulheres foram bastante afetadas pelas medidas de prevenção da disseminação do coronavírus, resultando na diminuição de registros de violência na contraposição do aumento de casos e a sobrecarga de trabalho", destaca a pesquisadora Mariana Lisboa Pessoa.