O abuso e exploração sexual de crianças e adolescentes pode ocorrer de diversas formas: intrafamiliar e intra-rede social. Envolve pessoas conhecidas e desconhecidas, associadas às redes sociais. Existe a vulnerabilidade da criança e do adolescente, pela falta de consciência de que podem estar numa situação de risco.
De acordo com a juíza Ana Paula Nichel Santos, o abuso pode ocorrer em espaço de sociabilidade da própria família, onde o abusador pode ser um vizinho, amigo ou conhecido. Muitas vezes as pessoas têm entendimento de que o abuso sexual é o ato sexual em si.
Mas segundo a magistrada isto pode se dar de outras formas, como por exemplo: conversas abertas sobre atividades sexuais; o ato exibicionista dos órgãos genitais ou outras condutas; mostrar material pornográfico, sem falar em todas as formas de contato físico com cunho sexual, também configura abuso.
As pessoas estranhas respondem por um pequeno percentual dos casos registrados; de 85 a 90% das situações crianças e adolescentes são sexualmente abusado por pessoas como: pais, padrastos, parentes, babás, entre outros, que são conhecidos da vítima. Ana Paula Nichel Santos coloca também, que no ponto de vista físico, o pedófilo é igual a qualquer outra pessoa. Reitera que os crimes sexuais são praticados por pessoas de todos os níveis socioeconômicos e religiosos, étnicos, não estando atrelados às questões financeiras..
Chamou atenção para a necessidade de se observar os comportamentos das crianças e da compreensão dos pais em relação a isso. A juíza destaca também que o autor da agressão sexual tem inteira responsabilidade pela violência praticada, qualquer que seja a forma por ele assumida.
“Não há culpabilização da criança e do adolescente”, finaliza a magistrada. Dia 18 de maio é o dia de combate à violência sexual de crianças e adolescentes e também dia da luta antimanicomial.