O Rio Grande do Sul enfrenta um surto de doença diarreica aguda (DDA), em Santiago, já são mais de 30 pessoas contaminadas, já chegando a mais de 40 municípios atingidos.
O que é
O Ministério da Saúde explica que a doença diarreica aguda é uma síndrome que pode ser causada por bactérias, vírus e parasitas. O contágio ocorre, geralmente, via oral por meio do consumo de alimentos ou água contaminados.
A doença pode ser infecciosa ou não infecciosa. Para a saúde pública, a que exige maior atenção é a infecciosa, pois pode ser transmitida. Foi o que aconteceu no estado. O agente causador é um norovírus. "A contaminação, geralmente, é pela água e, em alguns casos, pela comida. É uma doença grave e que exige cuidado médico imediato. Há a estimativa de que cerca de 2 milhões de pessoas no mundo morram por causa dela", explica o médico epidemiologista e professor da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Paulo Petry.
Quem é mais vulnerável e como a doença se manifesta
De acordo com médicos epidemiologistas, a doença, típica de países subdesenvolvidos, atinge mais crianças com até 5 anos. Ambientes de creches e escolas são os locais mais comuns para esses tipos de surtos. Entre os sintomas da doença, diarreia que pode ou não ser acompanhada de dor abdominal, náusea, vômito e febre. Ela pode provocar desnutrição e desidratação intensas e, se não for tratada, leva à morte, razão pela qual atendimento médico deve ser procurado logo que os primeiros sintomas se manifestarem.
Como se prevenir
No alerta epidemiológico do Centro Estadual de Vigilância em Saúde (Cevs), consta que a suspeita é de que a contaminação esteja associada à ingestão da água. O Cevs orienta a população a consumir água somente de fontes seguras, que tenham processo de desinfecção por cloro ou outra tecnologia. Também sinaliza que é importante fazer a limpeza de caixas d’água com regularidade.
"É importante que as pessoas cuidem a fonte da alimentação, se os alimentos estão sendo corretamente higienizados, em especial a água usada para beber, a água pura ou a água para fazer suco, pois, de forma geral, a água fervida acaba com a capacidade infectiva do vírus", explica Cynthia Molina Bastos, diretora do Cevs.
Recomendações à população:
Consumir água de fontes seguras (potável) tratadas que tenham processo de desinfecção por cloro ou outra tecnologia. Caso seja desconhecida a fonte, em situações de emergência, recomenda-se fervê-la antes do consumo e antes do preparo de alimentos por, no mínimo, cinco minutos
A higienização das superfícies, equipamentos e utensílios utilizados no preparo e consumo de alimentos deve ser realizada com água tratada e/ou fervida
O gelo para consumo ou conservação de alimentos deve ser feito de água potável e/ou fervida
Higienizar as mãos de forma adequada, lavando-as com água e sabão, principalmente após a utilização de banheiro, troca de fraldas, antes de preparar e manipular alimentos e antes das refeições
Afastar as pessoas doentes das atividades de manipulação de alimentos e reforçar a higiene pessoal mesmo após o desaparecimento dos sintomas
Realizar a limpeza da caixa d’água uma vez ao ano ou sempre que necessário