Beneficiada pelas condições climáticas dos últimos períodos, a colheita do feijão 1ª safra se encaminha para o final nos Campos de Cima da Serra, com mais de 80% da área colhida. De acordo com o Informativo Conjuntural elaborado pela Emater/RS-Ascar, o rendimento médio das lavouras, em média de 2.700 kg/ha, é considerado muito bom e acima da expectativa inicial, que era de 2.400 kg/ha. A qualidade dos grãos é muito boa devido ao clima favorável durante todo o ciclo e especialmente na colheita.
Do feijão safrinha ou 2ª safra restam poucas áreas para serem plantadas, porém, a baixa umidade do solo, devido ao período de mais de duas semanas sem chuvas, desfavorece o desenvolvimento em algumas regiões. Em algumas áreas, ocorre a migração de pragas das lavouras da soja para as de feijão, em especial de mosca-branca e percevejo. Mesmo assim, em geral, a cultura se encontra com boa sanidade.
No milho, a colheita segue e atinge 75% do total semeado, com 23% prontos para a colheita e 12% em enchimento de grãos. O percentual de colheita do milho poderia ser maior não fosse o interesse pela soja. Apesar dos bons rendimentos obtidos até o momento, os agricultores estão insatisfeitos com os preços praticados no mercado, o que provoca insegurança a respeito do investimento para a próxima safra. Com a boa produção obtida neste ano, os preços do milho seguem a tendência de baixa, com a saca de 60 quilos valendo, para o produtor, R$ 21,76. A diferença em relação ao ano passado, nesta mesma época, chega a -50,40%.
A soja segue em plena colheita, se aproximando de 50% da área colhida, com 35% das lavouras prontas para serem colhidas e 15% em enchimento de grãos. Com a baixa umidade e a falta de precipitações, a maturação foi antecipada, porém apresentando plantas e vagens verdes nas partes externas em pontos específicos de algumas lavouras. Essa característica de baixa umidade, que chega ao extremo de 8,5%, tem provocado perdas na plataforma de corte devido ao impacto do equipamento nas vagens. Também se observou grande quantidade de grãos quebrados e danificados em consequência da combinação de baixa umidade, altas temperaturas e processo de corte inadequado. De maneira geral, essa situação preocupa os produtores, principalmente os que se dedicam à produção de semente, devido à possibilidade de danos nos grãos que comprometem o poder de germinação e vigor das plantas para a próxima safra.